O HPV (papiloma vírus humano) é um vírus sexualmente transmissível. Este vírus é tão comum entre a população, que durante a vida a grande maioria dos homens e mulheres sexualmente ativos irão contraí-lo em algum momento. Felizmente, a maioria das infecções pelo HPV é eliminada pelo nosso sistema imunológico em 1 a 2 anos. No entanto, algumas destas infecções podem persistir.
O HPV pode causar infecções principalmente na região anogenital, podendo se apresentar como verrugas genitais ou lesões do colo do útero, nas mulheres, podendo causar também cânceres de vulva, vagina e pênis.
Verrugas genitais
As verrugas genitais podem aparecer após um período de incubação do vírus de 1 a 6 meses. Também chamada de condiloma acuminado, as verrugas causadas pelo HPV são lesões elevadas pequenas, com superfícies ásperas, que podem aparecer em grupos. Normalmente não causam sintomas, mas algumas pessoas podem ter coceira, desconforto ou queimação no local.
O tratamento das verrugas pode consistir em remoção mecânica (por crioterapia, eletrocauterização, laser ou excisão cirúrgica) ou tratamento tópico (com ácidos, imunomoduladores, etc.). Cada caso deve ser avaliado e acompanhado por ginecologista, devendo-se excluir outras causas de infecções sexualmente transmissíveis, conforme relata a Dra. Julia Barbi Melim Marques.
Lesões no colo do útero
Quando o HPV infecta o colo do útero, ele pode levar a alterações nas células. Quando esta infecção se torna persistente, pode levar a alterações chamadas de lesões intraepiteliais de baixo e de alto grau no colo uterino, também chamadas de NIC 2 e NIC 3 – neoplasia intraepitelial cervical tipo 2 ou tipo 3. Quando não diagnosticadas e não tratadas, as lesões de alto grau podem progredir para câncer do colo do útero.
Praticamente todos os casos de câncer do colo uterino são causados por infecções persistentes pelo vírus HPV, sendo que os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos.
Prevenção e tratamento
Para prevenção e diagnóstico precoce das alterações no colo uterino, realiza-se periodicamente o exame preventivo do colo do útero, também chamado de Papanicolaou, citopatológico do colo uterino ou colpocitologia oncótica. Este exame consiste em realizar uma coleta de células do colo uterino por meio de uma espátula e uma escovinha. Esta amostra de células é enviada para o laboratório de citopatologia, onde são analisadas e caso haja alterações nas células, pode-se prosseguir com a investigação por meio de um exame chamado de colposcopia.
Se houver lesão de baixo grau, sabe-se que ela pode regredir espontaneamente na maioria dos casos. No entanto, as lesões de alto grau (NIC 2 e NIC 3) usualmente necessitam de tratamento, que consiste na retirada de uma pequena parte do colo do útero. Isto pode ser realizado por cirurgia de alta frequência, por exemplo.
Vacinas contra o HPV
A vacinação contra o HPV é uma estratégia eficaz na prevenção de verrugas genitais e de câncer do colo uterino. Há disponíveis hoje as vacinas bivalentes, tetravalentes e nonavalentes contra o HPV.
Vacina tetravalente: protege contra os tipos de HPV 6 e 11, que causam 90% das verrugas genitais, além de proteger contra os HPV tipos 16 e 18, que causam a maioria dos casos de câncer de colo uterino.
A vacina nonavalente, acrescenta proteção contra os tipos de HPV 31, 33, 45, 52 e 58, que também são responsáveis por câncer do colo uterino.
Vacina tetravalente e nonavalente: 3 doses, sendo a segunda dose 2 meses após a primeira dose e a terceira dose 6 meses após a primeira dose. Todas as três doses devem ser administradas dentro do período de 1 ano.
Vacina bivalente: 3 doses, sendo a segunda dose 1 mês após a primeira dose e a terceira dose 6 meses após a primeira dose.
O momento ideal de vacinar-se é antes de iniciar a atividade sexual, podendo-se iniciar a vacinação a partir dos 9 anos de idade para meninas e meninos. Após o início da vida sexual, preferencialmente até os 26 anos, ainda há vantagens em vacinar-se, pois há proteção contra diversos tipos de HPV.
